Depois de sete mil morteiros disparados contra o sul de Israel, os palestinos que confiaram no Hamas vêm a sua terra ocupada. A faixa de Gaza é uma coisa pequenita, com 40 quilómetros de fundo por seis de largo. É como de Lisboa a Cascais, sem chegar à Pontinha nem ao Cacém.
Eu compreendo a impaciência dos israelitas. Se os tipos da Alameda começassem a mandar rockets aqui para a rua e me dessem cabo do telhado, também ia querer que a Junta de Freguesia tomasse medidas para imepedir os meliantes.
Não basta isto, a Segunda Guerra Mundial fez criar um país de judeus no meio de um território muçulmano. Isto é, criaram um enclave de vegetarianos no meio de uma coutada de porco preto. A real politik pode bem esfregar as mãos à parede.
Mas há algo de ainda mais interessante nesta história. É que me parece - parece, não quer dizer que seja -haver aqui palco para Hillary Clinton triunfar. Como primeira grande vitória da "sua" diplomacia, a primeira dama dos EUA (esqueçam lá a outra senhora) vai ao Médio Oriente, senta-se com o Hamas, com o Ehud e com o outro que é prémio Nobel da Paz e, se preciso for, até se senta com o Perez de Cuellar e com a Dona Branca e há-de sacar uma Pax Clinton.
Obama verá a sua administração com mais crédito e com mais tempo para tratar do Iraque e do Afeganistão. Enfim. Cheira-me a rocket queimado, isto tudo.
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