O DN de hoje anuncia que José Rodrigues dos Santos é o campeão de vendas deste Natal. À frente de Saramago, à frente de Lobo Antunes.
É justo.
Nunca li um livro do senhor, por isso abstenho-me de comentar a qualidade dos textos. Peguei há dias no último romance do jornalista e, depois da primeira linha, em que o sol jorrava pela janela, pensei em não continuar. Mas isso sou eu, que encontro motivos de preconceito em todo o lado. Fico contente, para já, que JRS seja o número um. É português, agrada aos portugueses, não é burro, tem vida e qualidade. Pode ser um pedacito pimba a escrever - volto a dizer que não li nenhum livro do senhor -, mas pode até ser que apenas precise de muletas para começar e que à página 70 o texto já vá a cem à hora, a caminho da emoção pura e dura.
Respeito mais os romancistas e poetas do que os ensaístas. Estes têm a papa feita, basta-lhes a análise. Quanto àqueles, têm de puxar pela cabeça e criar mundos.
O meu livrito parece não ter vendido muito mal, Para um capa dura a 20 euros (quatro milenas das antigas), parece que muitos o consideraram uma prenda simpática. A segunda edição já escasseia e ainda esta noite o voltamos (eu e o Ricardo Cabral) a mostrar num encontro de gente da BD em Lisboa.
Em suma: vivam os portugueses que já não escrevem apenas para a gaveta ou fazem apenas cópias más do Lobo Antunes, do Sepúlveda e dos latino-americanos.
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